Você já deve ter ouvido falar que as abelhas estão sumindo. Não é lenda: nos últimos anos nos EUA, mais de 10 milhões de colmeias foram dizimadas, causando um prejuízo de mais de US$ 2 milhões e danos incalculáveis ao ecossistema.
Além disso, a população norte-americana de Apis mellifera, a abelha europeia, bem comum no Brasil, é essencial para a polinização das produções agrícolas e é responsável por quase toda comida que chega em nossa mesa.
Um novo estudo, aponta que o que tem dizimado abelhas nos EUA é algo bem familiar ao nosso cotidiano e que é muito mais difícil de ser combatido. Realizado por cientistas da Universidade de Maryland e pelo Departamento de Agricultura dos EUA, ele identificou que uma combinação de pesticidas e fungicidas está contaminando o pólen coletado pelas abelhas para alimentar as colmeias.
Os pesquisadores descobriram que abelhas contaminadas com essa mistura se tornam mais vulneráveis a uma infecção por um parasita chamado Nosema ceranae, que é um dos maiores responsáveis . O pólen analisado no estudo, coletado de colmeias na costa oeste dos EUA, estava contaminado com uma média de nove pesticidas e fungicidas, embora em um caso, os cientistas tenham encontrado 21 diferentes químicos agrícolas em apenas uma amostra.
Desses químicos, cerca de oito estão associados a maiores riscos de infecção das abelhas pelo parasita, de acordo com o estudo. Para ser mais preciso, abelhas alimentadas com pólen contaminado têm três vezes mais chances de serem infectadas pelo Nosema ceranae.
De acordo com os cientistas responsáveis pela pesquisa, as descobertas lançam uma nova luz sob a discussão do uso de pesticidas e fungicidas, da interação entre eles e das orientações que devem seguir nos rótulos dessas substâncias, já que a pesquisa também descobriu que os químicos estão contaminando inclusive espécies próximas aos locais onde os pesticidas estão sendo aplicados diretamente.
Fonte: Revista Galileu
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